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- Um pouco da história da imigração alemã
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A história do Capitão Christovão Baum
- Outras famílias que vieram a bordo do navio Friedrich Heinrich

Um pouco da história da imigração alemã

                                                                           

Um pouco da história da imigração alemã

                           No dia 01/09/1822, D. Pedro I mandou para a Europa o Major Jorge Antonio von Schaeffer com a missão de angariar soldados estrangeiros para formar regimentos fiéis à causa do Imperador , pois estava prestes a declarar a Independência do Brasil .

                             No início foi uma tarefa muito difícil devido a proibição da emigração de soldados, depois que a região foi arrasada pela guerra contra Napoleão Bonaparte, e também porque D. Pedro I era considerado um traidor de Portugal. Aos poucos foi conseguindo soldados, soldados disfarçados de colonos e colonos legítimos que deveriam servir como militares em tempo de guerra.

                             A Alemanha, como país constituído que é hoje, ainda não existia . Haviam 35 países soberanos e 4 cidades livres: Hamburgo, Bremen, Lübeck e Frankfurt. Seis reinos: Áustria, Prússia, Saxônia, Baviera e Würtemberg , além de principados, condados e ducados.

                            No Brasil, após o fracasso do sistema escravagista no Rio grande do Sul, e também nas tentativas de implantar colônias na Bahia e Nova Friburgo-RJ , o governo Imperial resolveu estabelecer a colônia de imigrantes de língua alemã no Rio Grande do Sul. Já no ano de 1824 , D. Pedro I e o Major Schaeffer garantiam aos imigrantes 77 ha de terra por família, ferramentas, sementes, animais domésticos, liberdade religiosa, isenção de impostos por 10 anos e ajuda de custo nos 2 primeiros anos. Estes benefícios foram suspensos no ano de 1830 devido aos altos custos , à pressão interna no Governo Imperial e aos enormes gastos com a Guerra Cisplatina.

                          Com todos estes atrativos e em consequência de uma época de guerras, colheitas desastrosas, fome, alto crescimento demográfico e desemprego, uma avalanche de imigrantes veio ao Brasil, oriundos principalmente da região do Hunsrück ( hoje uma região dentro do Estado de Rheinland-Phalz ), dentre eles  nosso genearca Georg Peter Baum com a sua nora e netos.

                             Até o ano de 1830 haviam chegado ao Brasil cerca de 3.000 soldados que formaram batalhões no Rio de Janeiro, 315 presidiários , a maioria proveniente de presídios de Melkenburg e ao Rio Grande do Sul chegaram 4.964 colonos. Os presidiários eram obrigados a prestar um juramento , antes do embarque , de que levariam uma vida honesta e honrada na nova pátria em troca da liberdade. Os que tinham bom porte físico foram incorporados ao exército e os outros viraram colonos , sendo que também vieram ao sul do Brasil.

                            A bibliografia registra muitas histórias de naufrágios, motins, fome, desconforto, falecimentos e também nascimentos durante as travessias do Oceano Atlântico nos morosos veleiros.

Âncora 2

           A historia do Capitão Christovão Baum                                                                                                                                                                                         Extraido do Jornal Sentinela do Sul  +/- 1868

          Damos hoje aos nossos leitores o retrato de um valente do exército brasileiro que ocupa humilde posição social e modesto lugar na hierarquia militar do Império,

              Christovão Baum é o nome deste soldado modelo, e este nome por humilde que seja, é respeitado no exército, é querido por todos , é uma gloria nossa  porque pertence a um soldado valente como a sua espada, a um soldado que a frente de seu esquadrão tem executado façanhas dignas de eterno renome.

                Chistovão Baum é alemão, tendo vindo ao Brasil em anos bem verdes , adotou esta terra, e adotou-a de alma e coração.

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Avenir LFilho de colono, o valente moço não quis deixar de prestar o concurso de seu vigoroso braço à pátria que adotara, e foi na Revolução da Provincia , soldado da Legalidade servindo as ordens de seu atual chefe , o bravo dos bravos, general Andrade Neves.

         Finda a luta civil, Christovão Baum tornou a modesta vida de colono e exercendo a sua profissão vivia em Santa Cruz entregue aos cuidados constantes da vida de um artesão e lavrador pobre e encarregado de família.

          Uma desgraça acidental o levou ao banco dos réus. Em um divertimento, brincando com outros, inintencionalmente cometera um homicídio. A sentença do juri o condenou mas a clemência imperial baseada na verídica informação acerca daquele funesto acaso que motivara aquela desgraça, veio a restituir a liberdade ao velho soldado das lutas civís.

              Eis senão quando resoa em nossas fronteiras a tuba guerreira  dos selvagens guaranís do Paraguai e S.M. o Imperador se apressa a partilhar dos sofrimentos e das glórias dos seus fiéis rio-grandenses.

               Atravessando a campanha, Christovão Baum vai oferecer a sua espada ao augusto Imperador do Brasil, que aceita o concurso dela empregando o velho soldado com a graduação de capitão no seu piquete pessoal.

                 Durante todo o tempo que S.M. o Imperador se conservou na campanha, o capitão Christovão fez parte do piquete, depois marchou com o corpo da G. N, do Rio Pardo e comandando o trem do 2º Corpo de Exército, quebrou a perna em São Borja.

              Mal restabelecido volta ao serviço ativo e acompanha o 2º Corpo de Exército em todas as suas façanhas. Uma só vez não entrou este Corpo em fogo, que Christovão Baum não se achasse envolvido no fervor da refrega.

                 Passando o valente Corpo do Rio Pardo para Tuye-Cué, Chistovão Baum sempre a frente de seu esquadrão participa de todos os combates que ali eternizaram o nome de José Joaquim, como do bravo comandante dos centauros do Rio Grande. E no ataque a Pillar quando se trata de passar o rio para atacar a cidade, que Christovão Baum é o primeiro que se atira na água e passando a nado também é o primeiro a apresentar o peito as balas do inimigo.

                  Ainda não haviam passado 20 homens e já estava estendido no chão, banhado em sangue, o herói daquele dia, o capitão Christovão. Dois ferimentos recebera o valente , um deles de caráter mortal, porque penetrando a bala no ventre saia-lhe nas costas. 

                     Levado ao hospital, e já chorado por todo o exército que julgava perder um dos mais valentes, o capitão Baum é entregue aos cuidados médicos do distinto cirurgião-mór comendador Gitahy, cuja perícia e zelosa dedicação conseguem salvar-lhe a vida. 

                   Cerca de 20 dias depois do seu ferimento, José Joaquim ataca o Potreiro Obella, e à luta sob as vistas do Marquez de Caxias, quem se apresentava, pálido e desfeito ainda, a frente de seu esquadrão? É Christovão Baum, o ferido, o semi-morto do ataque do Pillar.

                     Em vão o próprio Marquez de Caxias lhe dá ordem de retirar-se para o hospital que ainda não lhe dera alta, chegando a ameaçá-lo de prisão, ao que Christovão Baum responde: Sinto desobedecer a V. Ex. mas o meu esquadrão ataca e eu me sinto bem.

                    E ei-lo que , mal curado de ferimento mortal, se atira no grosso da refrega e é ainda um dos heróis da tomada do Potreiro Obella. Mas essa imprudência sublime pôs de novo a sua vida em risco e em janeiro do corrente ano, se vê o valente soldado obrigado a abandonar o exército e procurar abrigo aos seus padecimentos no seio da família.

                      O governo Imperial por vezes o distinguiu  com condecorações, sua melhor glória , porém é o renome que adquiriu no exército , a simpatia geral de que ali goza, a grande estima e consideração em que tem os seus chefes , principalmente Caxias e o Barão de Triunfo.

                      Concluindo diremos que Christovão Baum não é oriundo de estirpe ilustre, não ocupa grande posição social, nem é filho desta terra, mas em compensação soube ilustrar o seu humilde nome com feitos de raro valor , e cumpriu os seus deveres para com a pátria adotiva melhor que muitos filhos da terra.. É boa pa

Outras famílias que vieram a bordo do navio Friedrich Heinrich

                    O navio veleiro Friedrich Heinrich  partiu do porto de Amsterdã no dia 28/08/1825, sob o comando do capitão Peter Zink , chegando ao Rio de Janeiro em 08/11/1825. Trazia 375 passageiros sendo 70 famílias de colonos com 364 pessoas e 11 solteiros. Os alemães desceram o Rio Reno para chegar à Holanda e ali embarcarem.

                     Vieram as seguintes famílias:

                      Adam, Bastian, Bauer, Baum, Cassel/Kassel, Clos/Klos, Dein, Dexheimer, Dietrich, Dreyer, Druck, Franck, Frantz, Goethe, Gross, Grieb, Harnecker, Heldt, Hirth, Hoeffel, Jacoby, Kautzmann, König, Kratz, Kronhardt, Lauer, Lorenz, Lüth, Metzger, Meyer, Möller, Nadler, Ostgen, Petry, Reinheimer, Renner, Riegel, Ruppenthal, Scherer, Schmidt, Schneider, Seewald, Seltzer, Stein, Stoltenberg, Trein, Wallauer,Wasum, Weber, Werlang e Wesser.

Âncora 3
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